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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

biografia de Gilberto Freyre

Filho de Alfredo Freyre, juiz e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife e de D. Francisca de Mello Freyre. Descendente de indígenas, espanhóis, portugueses e neerlandeses,[1] Gilberto Freyre inicia seus estudos frequentando o jardim da infância do Colégio Americano Gilreath, em 1908. Faz seu primeiro contato com a literatura através das As Viagens de Gulliver. Todavia, apesar de seu interesse, não consegue aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Toma aulas particulares com o pintor Telles Júnior, que reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começa a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos.
Em 1909 falece sua avó materna, que vivia a mimá-lo por supor ser o neto retardado, pela dificuldade em aprender a escrever. Ocorrem suas primeiras experiências rurais de menino de engenho, nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo, pertencente a parentes seus. Mais tarde escreverá sobre essa primeira experiência numa de suas melhores páginas, incluída em Pessoas, Coisas & Animais.

Freyre estudou na Universidade de Columbia nos Estados Unidos onde conhece Franz Boas, sua principal referência intelectual. Em 1922 publica sua tese de mestrado "Social life in Brazil in the middle of the 19th century" (Vida social no Brasil nos meados do século XIX,)dentro do periódico Hispanic American Historical Rewiew, volume 5. Com isto obteve o título Masters of Arts.Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933. Em 1946, Gilberto Freyre é eleito pela UDN para a Assembléia Constituinte e, em 1964, apoia o contragolpe militar que derruba João Goulart. A seu respeito disse Monteiro Lobato:

O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram.

Ocupou a cadeira 23 da Academia Pernambucana de Letras em 1986.

Obras:
* Casa-Grande & Senzala, 1933.
* Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, 1934.
* Sobrados e Mucambos, 1936.
* Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem..., 1937.
* Assucar, 1939.
* Olinda, 1939.
* O mundo que o português criou, 1940.
* A história de um engenheiro francês no Brasil,1941.
* Problemas brasileiros de antropologia, 1943.
* Sociologia, 1945.
* Interpretação do Brasil, 1947.
* Ingleses no Brasil, 1948.
* Ordem e Progresso, 1957.
* O Recife sim, Recife não, 1960.
* Vida social no Brasil nos meados do século XIX, (1964).
* Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
* O brasileiro entre os outros hispanos, 1975.

biografia de Antonio Gramsci

Nascido no norte da ilha mediterrânea da Sardenha, numa aldeia denominada Villa Cisper. Era o quarto dos sete filhos de Francesco Gramsci, um homem que tinha vários problemas com a polícia. Sua família passou por diversos comunes da Sardenha até finalmente instalar-se em Ghilarza.

Tendo sido um bom estudante, Gramsci venceu um prêmio que lhe permitiu estudar literatura na Università di Torino. A cidade de Torino, à época, passava por um rápido processo de industrialização, com as fábricas da Fiat e Lancia recrutando trabalhadores de várias regiões da Itália. Os sindicatos se fortaleceram e começaram a surgir conflitos sociais-trabalhistas. Gramsci frequentou círculos comunistas e associou-se com imigrantes sardos.

Sua situação financeira, no entanto, não era boa. As dificuldades materiais moldaram sua visão do mundo e tiveram grande peso na sua decisão de filiar-se ao Partido Socialista Italiano.

Gramsci, em Torino, tornou-se jornalista. Seus escritos eram basicamente publicados em jornais de esquerda como Avanti (órgão oficial do Partido Socialista). Sua prosa e a erística de suas observações lhe proporcionaram fama.

Sendo escritor de teoria política, Gramsci produziu muito como editor de diversos jornais comunistas na Itália. Entre estes, ele fundou juntamente com Palmiro Togliatti em 1919 L'Ordine Nuovo, e contribuiu para La Città Futura.

O grupo que se reuniu em torno de L'Ordine Nuovo aliou-se com Amadeo Bordiga e a ampla facção Comunista Abstencionista dentro do Partido Socialista. Isto levou à organização do Partido Comunista Italiano (PCI) em 21 de janeiro de 1921. Gramsci viria a ser um dos líderes do partido desde sua fundação, porém subordinado a Bordiga até que este perdeu a liderança em 1924. Suas teses foram adotadas pelo PCI no congresso que o partido realizou em 1926.

Em 1922 Gramsci foi à Rússia representando o partido, e lá conheceu sua esposa, Giulia Schucht, uma jovem violinista com a qual teve dois filhos.

Esta missão na Rússia coincidiu com o advento do fascismo na Itália, e Gramsci - que a princípio havia considerado o fascismo apenas como uma forma a mais de reação da direita - retornou com instruções da Internacional no sentido de incentivar a união dos partidos de esquerda contra o fascismo. Uma frente deste tipo teria idealmente o PCI como centro, o que permitiria aos comunistas influenciarem - e eventualmente conseguirem a hegemonia - das forças de esquerda, até então centradas em torno do Partido Socialista Italiano, que tinha uma certa tradição na Itália, enquanto o Partido Comunista parecia relativamente jovem e radical. Esta proposta encontrou resistências quanto a sua implementação, inclusive dos comunistas, que acreditavam que a Frente Única colocaria o jovem PCI numa posição subordinada ao PSI, do qual havia-se desligado. Outros, inversamente, acreditavam que uma coalizão capitaneada pelos comunistas acabasse ficando distante dos termos predominantes do debate político, o que levaria ao risco do isolamento da Esquerda.

Em 1924, Gramsci foi eleito deputado pelo Veneto. Ele começou a organizar o lançamento do jornal oficial do partido, denominado L'Unità, vivendo em Roma enquanto sua família permanecia em Moscou.
Tumulo de Gramsci em Roma

Em 1926, as manobras de Stalin dentro do Partido Bolchevista levaram Gramsci a escrever uma carta ao Komintern, na qual ele deplorava os erros políticos da oposição de Esquerda (dirigida por Lev Davidovitsch Bronstein e Zinoviev) no Partido Comunista Russo, porém apelava ao grupo dirigente de Stalin para que não expulsasse os opositores do Partido. Togliatti, que estava em Moscou como representante do PCI, recebeu a carta e a abriu, leu e decidiu não entregá-la ao destinatário. Este fato deu início a um complicado conflito entre Gramsci e Togliatti que nunca chegou a ser completamente resolvido. Togliatti, posteriormente, divulgaria a obra de Gramsci após sua morte, mas evitou cuidadosamente qualquer menção às suas simpatias por Trotsky.

Em 8 de novembro de 1926, a polícia italiana prendeu Gramsci e o levou a prisão romana Regina Coeli. Foi condenado a 5 anos de confinamento (na remota ilha de Ustica); no ano seguinte ele foi condenado a vinte anos de prisão (em Turi, próximo a Bari, na Puglia). Sua saúde neste momento começava a declinar sensivelmente. Em 1932, um projeto para a troca de prisioneiros políticos entre Itália e União Soviética, que poderia dar a liberdade ao Gramsci, falhou. Em 1934 sua saúde estava seriamente abalada e ele recebeu a liberdade condicional, após ter passado por alguns hospitais em Civitavecchia, Formia e Roma. Gramsci faleceu aos 46 anos, pouco tempo depois de ter sido libertado.

biografia de Roberto Crema

Psicólogo e Antropólogo do Colégio Internacional dos Terapeutas - CIT, analista transacional didata, criador do enfoque da síntese transacional, consultor em abordagem transdisciplinar holística e ecologia do Ser. Foi o coordenador geral do I Congresso Holístico Internacional (1987) e implementador da Formação Holística de Base, no Brasil (1989). Membro honorário da Associação Luso Brasileira de Transpessoal - ALUBRAT, Fellowship da Findhorn Foundation - Escócia, coordenador do CIT-Brasil, Reitor da Rede Unipaz. Autor de diversos livros.

biografia de Leonardo Boff

Leonardo Boff ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1959 e foi ordenado sacerdote em 1964. Em 1970, doutorou-se em Filosofia e Teologia na Universidade de Munique, Alemanha. Ao retornar ao Brasil, ajudou a consolidar a Teologia da Libertação no país. Lecionou Teologia Sistemática e Ecumênica no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis (RJ) durante 22 anos. Foi editor das revistas Concilium (1970-1995) (Revista Internacional de Teologia), Revista de Cultura Vozes (1984-1992) e Revista Eclesiástica Brasileira (1970-1984).

Seus questionamentos a respeito da hierarquia da Igreja, expressos no livro Igreja, Carisma e Poder, renderam-lhe um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Em 1985, foi condenado a um ano de "silêncio obsequioso", perdendo sua cátedra e suas funções editoriais no interior da Igreja Católica. Em 1986, recuperou algumas funções, mas sempre sob severa vigilância. Em 1992, ante nova ameaça de punição, desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio. Sem que esta dispensa lhe fosse concedida, uniu-se, então, à educadora popular[1] e militante dos direitos humanos Márcia Monteiro da Silva Miranda, divorciada e mãe de seis filhos. Boff afirma que nunca deixou a Igreja: "Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes", mas deixou de exercer a função de padre dentro da Igreja,.[2][3] Suas críticas à estrutura hierárquica da Igreja Católica e seus vínculos com a teologia da libertação fazem com que setores católicos considerem-no apóstata.

Sua reflexão teológica abrange os campos da Ética, Ecologia e da Espiritualidade, além de assessorar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e movimentos sociais como o MST. Trabalha também no campo do ecumenismo.

Em 1993 foi aprovado em concurso público como professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é atualmente professor emérito.

Foi professor de Teologia e Espiritualidade em vários institutos do Brasil e exterior. Como professor visitante, lecionou nas seguintes instituições: de Universidade de Lisboa (Portugal), Universidade de Salamanca (Espanha), Universidade Harvard (EUA), Universidade de Basel (Suíça) e Universidade de Heidelberg (Alemanha). É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim, na Itália, em Teologia pela universidade de Lund na Suécia e nas Faculdades EST – Escola Superior de Teologia em São Leopoldo (Rio Grande do Sul).

Sua produção literária e teológica é superior a 60 livros, entre eles o best-seller A Águia e a Galinha. A maioria de suas obras foram publicadas no exterior.

Atualmente, viaja pelo Brasil,dando palestras sobre os temas abordados em seus livros e tambem em encontros da Agenda 21. Vive em Petrópolis (RJ) com a educadora popular Márcia Miranda.

biografia de Genebaldo Freire

Genebaldo Freire Dias é Doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília. Tem trabalhado e produzido, de forma muito profícua, na temática ambiental, especialmente no campo da Educação, firmando-se como uma referência nacional, sustentada por seu extenso currículo. Atualmente, é professor e pesquisador da Universidade Católica de Brasília onde vem desenvolvendo um importante projeto, que é relatado neste livro como uma experiência institucional relevante. Exerceu vários cargos de direção em instituições relacionadas com esta problemática, tanto em âmbito local quanto nacional. É também consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), além de contribuir à evolução do debate sobre as questões ambientais no âmbito de diversos órgãos nacionais e internacionais.

Inicialmente, o autor apresenta uma revisão crítica da história da Educação Ambiental (EA) no mundo e no País, a partir do registro e avaliação dos resultados de eventos marcantes, agregando comentários e análises pertinentes. Nesta narrativa histórica ressalta a Conferência de Tbilisi em 1977, que se destacou como marco decisivo no estabelecimento das bases conceituais da EA, identificada como atividade essencial à construção de novos modelos e propostas de desenvolvimento. Sob o ideário da EA seria desenvolvido um novo processo educacional em escala e perspectiva globais.

Nas suas reflexões sobre as questões ambientais e proposta de EA, o autor considera que as pressões do sistema financeiro internacional têm conduzido as demais nações a situações de insustentabilidade nos seus processos de desenvolvimento.

Mesmo reconhecendo avanços na Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/99) e melhoria nos índices de qualidade de vida, apresenta críticas aos modelos de desenvolvimento que têm sido adotados pelo Brasil e pelos países industrializados, apontando as implicações negativas para as gerações futuras. Nesse contexto, discute as implicações do processo de globalização que tem ampliado o número de indivíduos e populações que passam a adotar os mesmos padrões de consumo, exercendo enormes pressões sobre os recursos finitos, alguns escassos, sem avaliar a capacidade natural de regeneração. O resultado é um estado generalizado de frustração e violência, característico de “espécies sob estresse ecossistêmico: todos são contra todos” Projeta-se uma cultura do “ter” em lugar do “ser”, levando a exaustão dos recursos naturais – “a maior parte da sociedade humana vive como se fosse a última geração”, inviabilizando qualquer possibilidade de desenvolvimento sustentável.

A humanidade enfrenta um grande desafio: “a perda do equilíbrio ambiental, acompanhada de erosão cultural, injustiça social e econômica e violência, como corolário da sua falta de percepção, do seu empobrecimento ético e espiritual, também fruto de um tipo de educação que“treina” as pessoas para serem consumidoras úteis, egocêntricas e ignorar as conseqüências ecológicas dos seus atos”

Poucos países cumprem os acordos internacionais e a EA ainda não logrou a internalização de valores sociais capazes de deter a degradação ambiental que o mundo vem experimentando com grande velocidade.

Apesar do fantástico desenvolvimento científico e tecnológico obtido no século passado, em todos os campos do conhecimento, a capacidade de previsão sobre os riscos e conseqüências ambientais ainda revela-se muito limitada.

O autor mostra também que a questão da EA apresenta muitos contraditórios e conflitos de interesse, além de ser um campo novo do conhecimento, que exige uma abordagem sistêmica ainda pouco praticada ou mesmo entendida no ambiente acadêmico, tampouco pelos governos, políticos, autoridades.

A partir de farta e lúcida fundamentação, aponta a necessidade de desenvolvimento de novos instrumentos metodológicos para contribuírem à superação das limitações dos enfoques e métodos reducionistas dominantes no meio acadêmico. Entretanto, há ainda muito que avançar na construção de um novo paradigma que possa gerar resultados confiáveis capazes de fundamentar decisões e produzir mudanças.

Embora reconhecendo que muitos passos já foram dados, propõe esforços, com foco na Educação Ambiental e na formação de grupos interdisciplinares de pesquisa, voltados à compreensão e internalização de uma nova ética de desenvolvimento, capaz de responder ao desafio da sustentabilidade da vida humana no planeta.

O autor contribui para o entendimento das questões ambientais com base na teoria da complexidade, no princípio da incerteza (indeterminismo) e no pensamento sistêmico, discutindo as relações de interdependência do processo de desenvolvimento sustentável, considerando o crescimento populacional, a dimensão econômica e as limitações de recursos naturais, na abordagem das questões sociais dos ecossistemas urbanos. Além disso, trata das ações antrópicas relacionando-as com as alterações ambientais globais e discute as bases da EA urbana.

Um relato sobre a experiência de EA e de co-gestão realizada no Parque Nacional de Brasília é apresentada e discutida, contendo não apenas denúncias mas também, principalmente, apontando possibilidades de solução das questões ambientais, mostrando a importância da internalização de valores pela comunidade, por meio da educação. Um outro estudo de caso apresentado é o Programa de Educação Ambiental da Universidade Católica de Brasília, executado pela Pró-Reitoria de Extensão desde 1999, com objetivos de: incorporara a dimensão ambiental em todas as atividades da Universidade; difundir práticas sustentáveis de desenvolvimento; construção de uma agenda-21 institucional; implantação de um sistema interno de gestão ambiental. Estes estudos são amostras exemplares do que pode ser feito.

Trata-se de uma obra de referência, um clássico, pela atualidade, profundidade e sistematização das informações apresentadas. Elaborada com base em fatos e marcos históricos relevantes, destina-se aos alunos e professores de todos os graus, bem como para todos os cidadãos afetados pelos problemas ambientais, trazendo propostas lúcidas de desenvolvimento de um processo de desenvolvimento sustentável e de melhoria da qualidade de vida de todos.